quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Musica bonita:


Adoro letra de musica, e essa é lindissima, bela mensagem pra começar o dia:

SONHOS DE DEUS

(J. NETO)

Sei que tens ciume, da minha adoração
Mas não há outro além de Tí
Ocupando o Teu lugar, no meu coração

Fiz aliança contigo, diante do altar
Não é igual a aliança dos homens
O fogo não consome
Ninguem pode quebrar

Fiz deste meu coração, o teu Moriá
Pode provar minha fidelidade a tí
Ainda que Tu me peças
Pra te entregar a minha vida
O meu maior tesouro, por Tí, eu darei

Abro mão dos meus sonhos
Do que a vida me deu
Digo sim pro teu reino, e não pro meu eu (bis)
Escolhi sonhar os sonhos
Escolhi sonhar os sonhos de Deus

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

IDEOLOGIA! EU QUERO UMA PRA VIVER!

Meus heróis sempre me decepcionam, quando não morrem aidéticos cometem em vida mesmo uma atitude decepcionante.
As vezes a gente admira uma pessoa por sua coragem, por sua audacia em tomar certas atitudes, e quando ve a pessoa desfaz o que havia feito e volta com o rabinho entre as pernas. E eu que tanto defendi, dei minha propria cara a tapa, assumi uma posição, defendi publicamente. E agora o que vejo?

é bem como diz meu ídolo Cazuza: "MEUS HERÓIS MORRERAM DE OVERDOSE, MEUS INIMIGOS ESTÃO NO PODER"

PARTICIPEM!


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CAIO FERNANDO ABREU: ADORO!

Frase extraída do livro Caio 3D:

"EU ME SINTO SUPERFELIZ QUANDO ENCONTRO UMA PESSOA TÃO CONFUSA QUANTO EU"

Caio Fernando Abreu
E eu continuo cheia de contradiçoes. Ora eu digo sim, ora eu digo não. Ora eu quero seguir, ora eu quero parar. Ora eu gosto de roxo, ora eu gosto de vermelho.Ora eu quero sol, ora me admira a chuva. Quero dormir mais, quero viver mais. As vezes eu chego a pensar que eu sou duas pessoas ao mesmo tempo.
E quem vai responder as minhas perguntas?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

E POR FALAR EM EGOÍSMO...

E cadê aqueles que apareceram no jornal já se dizendo advogados e no entanto ainda não conseguiram passar na prova da OAB???????????????????????

DO EGOÍSMO

Ta todo mundo preocupado com o asfalto pras ruas de Santiago, com as falcatruas do Fernando Sarney, com o barzinho novo que vai abrir e ninguém se preocupa com a humanidade.
Ainda agora de manhã entrou aqui no escritório uma guriazinha pouco maior que o meu filho, de chinelinho, pouca roupa, molhada de chuva, talvez com fome, talvez cansada querendo me vender um pacote de rapadura. Pior que eu não tinha R$2,00 pra comprar a rapadura da guria. Inconformada ela entrou e ofereceu pra todo mundo a rapadura. Ainda inconformada ela perguntou se não tinha um brinquedinho pra dar pra ela. Tão pequenininha ainda e não tem nenhum brinquedo, e ainda tem que trabalhar com todo esse temporal.
É de cortar o coração pensar que enquanto alguns têm tudo e ainda reclamam da vida, um ser tão pequeno tenha que se virar com tão pouco, não ganhou uma boneca nova no dia da criança.
E o Poder Público continua preocupado com o asfalto para as ruas, com o embelezamento da Rua dos Poetas, com sua vaga nas próximas eleições. E ninguém faz nada pelas crianças que ao invés de estar na escola estão pelas ruas vendendo rapadura.
E eu também continuo indignada querendo mudar o mundo e não sou capaz de mover um dedo para fazer nada. Ninguém faz nada, todo mundo acha que o mundo gira ao redor do seu próprio umbigo. Os poderosos cada vez mais poderosos e os famintos cada vez mais famintos.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

DO MEU SILÊNCIO

DO MEU SILÊNCIO

Não se preocupe minha ausência não é um adeus
Meu silêncio é apenas tempo para pensar
Qual caminho eu devo seguir
Ainda não sei se te entrego meus sonhos
Ou se te esqueço e vou embora para sempre
Meu silêncio é tempo
Para ti sentir saudade
Pra você entender que em mim também dói
Ás vezes ser deixada de lado
Ter a impressão de não ser tão importante para ti
Ter a incomoda sensação de estar sempre em segundo plano
Talvez um dia eu volte
Ms por enquanto me deixe aqui só, em silêncio.

CARLA ALBUQUERQUE

Tem que aproveitar...

É o que eu sempre digo, tem que prestar atenção, tem que olhar ao redor porque a sorte não vem pronta é a gente que faz. A felicidade está justamente nas coisas que estão bem ao nosso redor, é só olhar. Você pode estar andando pela rua e encontrar uma nota de 50 no chão, ou quem sabe se encantar com uma flor numa calçada qualquer. Ou você pode resolver ir pra casa de ônibus num dia de chuva pra não se molhar e lá está encontra sua grande paixão (bah essa forçou). Ou você pode estar entediada em casa e a sua amiga chega e te convida (te obriga) a sair e você vai e lá encontra sua grande paixão (putz forçou de novo). Ou quem sabe você pode estar olhando um orkut de uma pessoa qualquer e lá você encontra aquele que um dia será suagrande paixão, que vai te fazer chorar que vai te fazer sorrir, que vai te fazer olhar de minuto a minuto pro telefone esperando uma ligação, que vai te causar insônia, que vai te fazer perder a fome. Bom, enfim, a idéia é essa: tem que aproveitar cada minuto de nossa existência, e aproveitar tudo que há de bom porque do amanhã não soubemos.

PENSAMENTOS DO DIA!

Quem diria que os pensamentos mais lindos do dia estariam lá: no orkut, bem na minha página de recados. Veja:
"O amor nasce de um olhar, cresce de um carinho, alimenta-se de um beijo, vive de um sorriso, morre de ingratidão e ressuscita de um perdão."
"Queria ser poéta, mas poéta não posso ser! sabe pq? poéta pensa em tudo e eu só penso em vc!"
"Se um dia uma leve brisa vier tocar-te os lábios, não se assuste pois é minha saudade que te beija."

Que bonitinho né? Derepente é eu que ando sensível e acho tudo lindo, mas veja este, é de arrasar:

"Rouxinol
Eu preciso é de um rouxinol
Que cante um canto que me anime um canto
Que chore um choro que me cale o choro
Que abra pra mim o sol e que me doe às fases da lua
Eu preciso é de um rouxinol
Que me acorde num acorde de uma melodia suave
Que me leve bem leve pra outra dimensão
Que me cative, me nutra de paz, que carregue meu fardo
Que não me julgue, não me entregue ao carrasco mordaz
Que vive a ameaçar-me...
Eu preciso é de um rouxinol
Que me enlace num laço de sete nós
Que me prenda no bico
Que me envolva nas asas
Que me leve ao cume de um monte
Que me faça par
Que me faça pássaro
Que me faça amar
(Novamente)...
Eu preciso é de um rouxinol que me ensine a cantar.
Radyr Gonçalves"
Obs: Eu sei quie eu sou suspeita porque eu adoro tudo que o Radyr Gonçalves escreve, mas esse dorouxinol é realmente lindo demais!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

INTERFONE...

Esta noite que passou perdi o sono e não parava de ouvir essa música:

"INTERFONE (Composição: Alexandre Pires)
A cidade já pegou no sono
Eu já li de novo as velhas revistas
Estou em pleno abandono
O jô já fez a última entrevista
Amauri também já foi embora
Já está terminando o perfil
O intercine que acabou agora
Com certeza você também viu
A verdade é que você está do mesmo jeito
Que está sofrendo tanto quanto eu
Teimosia é um defeito comum
Ao teu coração e ao meu
E pra essa dor o único remédio
Seria um de nós pro outro ligar
Eu estou na portaria do seu prédio
Estou no celular
Mas o porteiro é novo ele não me conhece
Tá cheio de suspeita, tá desconfiado
Pega o interfone diga pra ele
Que ele está falando com seu namorado
Já são altas horas mas se a saudade
Não quer deixar a gente dormir sossegado
É melhor eu subir te amar e dormir do seu lado
Mas o porteiro é novo ele não me conhece
Tá cheio de suspeita, tá desconfiado
Pega o interfone diga pra ele
Que ele está falando com seu namorado
Já são altas horas mas se a saudade
Não quer deixar a gente dormir sossegado
É melhor eu subir te amar e dormir do seu lado"

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MÚSICA!!!!!!!!!!


LA SOLITUDINE

(LAURA PAUSINI)


Marco se ne è andato e non ritorna più

E il treno delle 7:30 senza lui

È un cuore di metallo senza l'anima

Nel freddo del mattino grigio di città
A scuola il banco è vuoto, marco è dentro me

È dolce il suo respiro fra i pensieri miei

Distanze enormi sembrano dividerci

Ma il cuore batte forte dentro me
Chissà se tu mi penserai,se con i tuoi non parli mai

Se ti nascondi come me

Sfuggi gli sguardi e te ne stai

Rinchiuso in camera e non vuoi mangiare

Stringi forte a te il cuscino

Piangi e non lo sai quanto altro male ti farà

La solitudine


Marco nel mio diario ho una fotografia

Hai gli occhi di bambino un poco timido

La stringo forte al cuore e sento che ci sei

Fra i compiti d'inglese e matematica
Tuo padre e i suoi consigli che monotonia

Lui con il suo lavoro ti ha portato via

Di certo il tuo parere non l'ha chiesto mai

Ha detto "un giorno tu mi capirai"
Chissà se tu mi penserai, se con gli amici parlerai

Per non soffrire più per me, ma non è facile lo sai

A scuola non ne posso più, e i pomeriggi senza te

Studiare è inutile tutte le idee, si affollano su te
Non è possibile dividere la vita di noi due

Ti prego aspettami amore mio, ma illuderti non so !

La solitudine fra noi, questo silenzio dentro me

El'inquietudine di vivere la vita senza te

Ti prego aspettami perché

Non posso stare senza te

Non è possibile dividere la storia di noi due
La solitudine fra noi, questo silenzio dentro me

E l'inquietudine di vivere la vita senza te

Ti prego aspettami perché

Non posso stare senza te

Non è possibile dividere la storia di noi due

La solitudine

Concurso Literário


Ando meio desligada, meio desinformada, meu blog anda bem desatualizado, como diz o Márcio Brasil, uma pequena alienigena. Mas hoje de manhã quando eu fiquei sabendo do resultado do concurso literário Caio Fernando Abreu, até me deu vontade de escrever novamente. Fiquei surpresa e emocionada ao saber que dentre mais de 140 belos trabalho do país inteiro, o meu conto foi escolhido em 2º lugar. Nossa que honra, que emoção.

Só tenho a agradecer aos queridos amigos que me incentivam e me acompanham.

Um beijo a todos!


Confira o resultado:

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

GRITO DE ALERTA (LETRA DE GONZAGUINHA)



Primeiro você me azucrina

Me entorta a cabeça

Me bota na boca

Um gosto amargo de fel...
Depois

Vem chorando desculpas

Assim meio pedindo

Querendo ganhar

Um bocado de mel...
Não vê que então eu me rasgo

Engasgo, engulo

Reflito e estendo a mão

E assim nossa vida

É um rio secando

As pedras cortando

E eu vou perguntando:Até quando?...
São tantas coisinhas miúdas

Roendo, comendo

Arrasando aos poucos

Com o nosso ideal

São frases perdidas num mundo

De gritos e gestos

Num jogo de culpa

Que faz tanto mal...
Não quero a razão

Pois eu sei

O quanto estou errado

E o quanto já fiz destruir

Só sinto no ar o momento

Em que o copo está cheio

E que já não dá mais

Prá engolir...
Veja bem!

Nosso caso

É uma porta entreaberta

E eu busquei

A palavra mais certa

Vê se entende

O meu grito de alerta

Veja bem!

É o amor agitando o meu coração

Há um lado carente

Dizendo que sim

E essa vida dá gente

Gritando que não...(2x)

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

VOU SUMIR




VOU SUMIR


*PARA ALGUÉM


VOU SUMIR COMO UMA CANÇÃO QUE SE PERDE NO AR...

VOU ME APAGAR COMO O CALOR QUE SE APAGA COM A GAROA FINA

VOU TE ESQUECER COMO UMA PÁGINA QUE SE ARRANCA DA MINHA HISTÓRIA

VOU DESAPARECER DA SUA VIDA, DA SUA CASA...

SEU TELEFONE NÃO VAI MAIS TOCAR ÀS 23:54 DA NOITE

NÃO VOU MAIS IMPLORAR POR UM CARINHO TEU

NUNCA MAIS VERÁ MEUS OLHOS, NEM MEUS BRINCOS, NEM MINHA BOCA

NEM VOU PEDIR QUE PUXE MEUS CABELOS COM MAIS FORÇA

NUNCA MAIS OUVIRÁ MINHAS MÚSICAS NEM LÉRÁ MEUS VERSOS

AGORA JÁ É TARDE, JÁ VOU INDO... ADEUS.


CARLA ALBUQUERQUE



terça-feira, 15 de setembro de 2009

IRRACIONAL




IRRACIONAL
*PARA ALGUÉM

ESQUECER É FÁCIL
O PROBLEMA É ESTA ANGÚSTIA DE NÃO TER VOCÊ
É ESTE SILÊNCIO DE NÃO OUVIR TUA VOZ
VOCÊ AINDA ME MATA DE TANTA SAUDADE
SÃO LEMBRANÇAS RECENTES QUE NÃO QUEREM SE APAGAR
FAZ LEMBRAR CADA GESTO, CADA SORRISO, CADA CARINHO TEU
AINDA NÃO ACREDITO QUE ERA TUDO MENTIRA
POIS SE TU OLHAVA NOS MEUS OLHOS NÃO PODIA SER MENTIRA
OU SERA QUE ME ENGANEI TANTO ASSIM?
E QUANDO PENSO QUE NÃO MAIS ESTÁS
CHORO, CHORO, CHORO
COMO A CRIANÇA IRRACIONAL QUE QUEBROU O BRINQUEDO
E SABE QUE NÃO TEM MAIS CONCERTO
E MESMO SABENDO, CHORA E QUER MAIS
AH TU SABES O QUANTO ESTES ARES DE PRIMAVERA
ME SUFOCAM
E NÃO FAZ NADA PARA ME ALEGRAR
CONHECE TUDO O QUE EU GOSTO
E FAZ APENAS O QUE EU NÃO GOSTO
MAS ÀS VEZES SOFRO DE UMA IRRACIONALIDADE
QUE ME FAZ ESQUECER QUE SOMOS TÃO DESIGUAIS
E QUERO VOCÊ AQUI
SEI QUE NÃO FAZ NENHUM SENTIDO TE QUERER
E APESAR DE TUDO QUE TENS ME FEITO SOFRER
AINDA QUERO VOCÊ
ASSIM DE FORMA IRRACIONAL, AGINDO POR IMPULSO.

CARLA ALBUQUERQUE

VERSOS PARA RADYR


VERSOS PARA RADYR

*AO AMIGO E POETA RADYR GONÇALVES

Você afirma com tanta certeza
Que meu amor por ti não é verdadeiro
Você deve achar que
Amor tem que estar sempre perto
Então porque não se ama quem esta perto?
E porque não se esquece quem está longe?
Hoje lembro do teu sermão
Quando me condena pelos meus erros
E me lembra que
Temos que procurar andar no caminho certo
Você me disse que
Tem que procurar não errar
Sim, estou tentando não errar
Mas não seja tão incrédulo
Hoje tuas palavras têm feito
Muito sentido na minha vida
Me perdoa se
A cada acerto cometo 10 erros seguidos
Calma, estou tentando...

CARLA ALBUQUERQUE

UM DIA...

UM DIA

UM DIA VOCÊ FOI O MEU AMOR PERFEITO
MAS TANTO MENTIU, ENGANOU
QUE TUA FRIEZA ACABOU POR DESTRUIR MEUS PLANOS
FUI EMBORA SEM MUITO PENSAR
SÓ EU SEI O QUANTO SOFRI, O QUANTO CHOREI
SAUDADE, LEMBRANÇAS SEMPRE VOLTAM
ESTE PASSADO QUE INSISTE EM NÃO SER ENTERRADO
QUE ME PERSEGUE, QUE ME ATORMENTA
E ATÉ HOJE NÃO SEI MAS...
NINGUÉM AINDA OCUPOU O TEU LUGAR.

CARLA ALBUQUERQUE

MEU VÍCIO

MEU VÍCIO

Não alimenta o meu vício
Porque o meu vicio é você
Mas então me diga
Como não pensar em você?
Cada vez que eu entro no meu quarto
Eu ouço a tua voz me chamar
A não, mas não se iluda não
Eu vivo somente de aventura
Amor verdadeiro
Meu coração não é capaz de sentir
É tudo muito breve
Logo chega o desencanto.

CARLA ALBUQUERQUE

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A PROCURA DA FLOR

A PROCURA DA FLOR
Para a poetisa Carla Vargas


Ainda ouço a ladainha dos Jesuítas

Eu procuro um girassol
As margens do Uruguai me sinto só

Faz frio, querida – me aquece!
Faz frio, amada – me abrace!

Passarinhos se aninham nas copas
Na capela – São Tiago - estático espia os saraus
Os poetas dizem de tu, amada!

A neve desenha a cena
E eu só – em busca da flor
E os Jesuítas a bradar sermões

Faz frio, meu anjo – me aquece em teu seio
Faz frio, gaucha – me tranca em teus lábios...

A neve desenha a cena...
E eu lá a procura da flor.

(Texto do poeta Radyr Gonçalves )

Minha estrela do norte




Minha estrela do norte
Estas tão distante de mim
Mora a 4.1274 Km de distância daqui
E veio brilhar no meu céu que andava tão nublado

Minha estrela do norte
Não sei que rosto tens, não sei como é tua voz
Mas sei o que tu és
E sei que gosto de você

Minha estrela do norte
Sei que não és meu
Apenas quero que brilhe no meu céu
Ainda que distante

Minha estrela do norte
Gosto de você sem sequer te conhecer
E sinto a tua presença aqui
Mesmo que não esteja presente

CARLA ALBUQUERQUE

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

UM ALIEN ROXO!





Eu não sei bem de que planeta eu venho nem em que planeta eu vivo, ou gostaria de viver. Podem até me chamar de alienígena, mas eu não me conformo com os padrões que o ser humano inventou e chama de realização.
Pessoas querem ser reconhecidas por qualidades que muitas vezes nem possuem. Seres humanos correm em busca de sucesso, dinheiro, conforto, bens materiais e acabam se esquecendo do verdadeiro significado da felicidade;
A felicidade está mesmo é nas pequenas coisas. Sim, naquelas coisas tão pequeninas que estão bem na nossa frente e não temos a sensibilidade de enxergá-las: um raio de sol em uma tarde de inverno, uma flor desabrochando no jardim, um suspiro, uma estrela cadente. São estas coisas que aquecem o coração e que na correria de cada dia não temos tempo de parar e apreciar.
As pessoas andam de um lado para outro em busca de emprego, casamento, renda estável, segurança, e deixam de apreciar o momento mágico de cada dia.
A verdadeira felicidade que o mundo está necessitando não é aquela que pode ser tocada ou guardada no bolso, mas sim aquela construída de sonhos, de amor, de perdão, de humildade, de compaixão... Sentimentos estes esquecidos, fora de moda.
Em uma sociedade capitalista e egoísta não há tempo de olhar para o irmão que tem fome, que tem frio ou necessita de um abraço, de uma palavra. O individualismo tem se feito presente constantemente.
Não podemos mudar o mundo, mas podemos ao menos mudar nossas atitudes. Podemos lutar pelo mundo que desejamos ter. Podemos ser melhor com as pessoas que nos rodeiam.
No planeta onde eu moro não existe o conformismo. Há algum tempo eu percebi que não sou terráquea...

CARLA ALBUQUERQUE

terça-feira, 11 de agosto de 2009

11 de agosto!



11 de agosto! Então hoje é dia do advogado!

Como eu sou mesmo muito distraída, não tinha me dado por conta que hoje é Dia do Advogado. E pior ainda, não tinha me ligado que agora eu já sou uma dvogada.

Foi quando eu recebi uma mensagem no meu celular me dando os parabéns pelo meu dia. Na hora não entendi, meu dia? que dia?

Aaaaaa parabéns pra mim né! Eu mereço, afinal foram muitas madrugadas debruçada em cima dos livros lutando contra o sono.

E a lição que eu aprendi é que sem esforço não se alcança resultados. Sem luta não há vitória!

Partindo pro tudo ou nada!



Cansada da vida de sempre: casa/trabalho/trabalho/casa/casa/trabalho...

Cansada desses dias sempre iguais sem nenhuma emoção. Estado de tédio profundo.

Cansada desses amores fantasmagóricos que às vezes surgem nas tardes de sexta-feira, inventados pela minha mente para distrair meu ego e fingir que eu não estou sózinha no mundo.

Faltando uma emoção verdadeira, faltando um sentimento profundo, faltando novidades.

Quero mudança! Quero uma virada na minha vida! Quero bagunçar o que está arrumado! Quero um amor novo! Quero comprar um sapato vermelho!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Menininho do meu coração!




"Menininho do meu coração

Eu só quero você

A três palmos do chão

Menininho, não cresça mais não

Fique pequenininho na minha canção

Senhorzinho levado

Batendo palminha

Fingindo assustado

Do bicho-papão


Menininho, que graça é você

Uma coisinha assim

Começando a viver

Fique assim, meu amor

Sem crescer

Porque o mundo é ruim, é ruim

E você vai sofrer de repente

Uma desilusão

Porque a vida é somente

Teu bicho-papão


Fique assim, fique assim

Sempre assim

E se lembre de mim

Pelas coisas que eu dei

E também não se esqueça de mim

Quando você souber enfim

De tudo o que eu o amei"

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

E por falar em pessoas especiais...




Como eu dizia anteriormente, o mundo está carente de pessoas especiais. São raras mas existem, sabe aquele tipo de pessoa que você não quer deixar ir embora. Pois é, o cara que escreveu o texto abaixo é uma dessas raras pessoas:



"Em cada pôr-de-sol...


Nem faixas com frases melosas em frente de tua casa; nem buquês de flores em tua porta; nem milhões de telemensagens ou anúncios em jornal; nem um cavalo branco para te buscar onde estiver; nem presentes caros; nem torpedos com frases feitas (e tolas) ao teu celular; nem cenas de ciúme; nem viagens; nem frases enfeitadas para teus ouvidos; nem uma comunidade no Orkut para falar de tua beleza; nem declamações do "Soneto da Fidelidade" (de Vinícius); nem elogiar teus olhos ou tua forma de caminhar; nem ficar ébrio com teu perfume; nem o trágico gesto de Romeu; nem um poema épico escrito para ti, nem me perder com teu beijar; nem um jantar à luz de velas; nem mesmo o meu nome e o teu envolto em um coração, esculpido numa árvore. Nada disso é amor.Não existe amor no romantismo, nem tampouco no erotismo. No entanto, há romantismo e erotismo no amor. Em verdade, o amor existe é nos detalhes. Qualquer um é capaz de grandes feitos apaixonados (que são arroubos teatrais e, não, provas de amor). Mas, quem é capaz dos pequenos (e difíceis) gestos de amor? De provar com verdade e não com palavras, de viver o presente, sem iludir-se com o futuro ou lamentar-se do passado? O amor é uma força incrível, além de beijos ou malícias, presente em cada pôr-de-sol. Está na compreensão de que ninguém é perfeito. O amor está nas dificuldades do dia-a-dia, nas conquistas e derrotas, no silêncio a dois, na alegria de mínimos momentos, no deslizar de dedos pelos cabelos, nas sutilezas, nos olhares, na aflição da ausência, nas conquistas e derrotas, no cheiro, na música que faz lembrar algo bom. Por isso digo, que não estou à espera de um grande amor. Aos grandes amores, resta um grande fim, como o de Julieta: Chega o dia em que o romantismo cansa de mandar bombons e o fogo do erotismo se apaga. Então, prefiro um amorzinho, be m pequeno. Pequenininho. Consciente de sua própria finitude para que possa ser "eterno enquanto dure"..."
Márcio Brasil

Rosas negras...


É VOCÊ...



É VOCÊ

Teu perfume alegra meu dia
Teu olhar ilumina o meu viver
Teu sorriso é que me faz
Sonhar antes de dormir;

Alta madrugada, pensamentos perdidos
Em algum lugar
Olho para o telefone
Na esperança dele tocar
Pode ser você a me chamar;

Preciso ouvir tua voz para acalmar meu coração
É só você ligar...
Me chama, me leva pra algum lugar
Só assim essa angústia no meu peito vai passar.

CARLA ALBUQUERQUE

DE OUTRAS ENCARNAÇÕES



Ontem a tarde conversei com uma pessoa especial. Acho que eu tenho carência de pessoas especiais, o mundo tem carência de pessoas especiais. Pessoas comuns não me interessam. Uma descoberta recente, uma pessoa talentosa que tem o dom de descrever sentimentos em palavras. Veja que linda a poesia escrita por ele:


"DE OUTRAS ENCARNAÇÕES


Não sei se os teus seios ou tua alma

Mas lembro que já te toquei
Com você amaciei camas

Desfiz lençóis e fronhas

Me despi em versos

Rimei, remei e rumei sobre teu rio

Cantei, dancei e amei sobre o teu campo

Adocei, beijei e gozei sobre o teu corpo
Não sei no norte ou no outro extremo

Mas eu tomei do teu veneno
Com você eu já fui à forra

Separei, parti e voltei

Voltei, separei e parti
Era você que ouvia eu cantar

Era você que partia o pão na mesa

Que incendiava o vinho

Que lia meus versos

Que ornava minha vida

Que revirava meus livros

Que fatiava a lua de prata

Que tinha de cor a serenata

Que eu desfiava na tua janela."


RADYR GONÇALVES

quarta-feira, 29 de julho de 2009

EU TE AMO



Eu te amo porque nos dias mais tristes
Você aparece e me faz sorrir
Eu te amo porque só você sabe ver
Como eu sou de verdade
E não como eu quero parecer
Eu te amo porque você não sabe o que eu quero
Mas sabe o que eu preciso
Eu te amo porque você me decifra
E embarca nas minhas aventuras
Sempre a voar junto comigo
Eu te amo porque você é meu amigo
E entende minhas paixões
E até minhas frustrações
Eu te amo porque quando estou contigo
O mundo para de girar por alguns instantes.

CARLA ALBUQUERQUE

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Anjo Amigo...



O que seria da minha existência sem você meu anjo amigo?

Quem iria me ouvir, quem iria me entender, quem iria me encorajar?

Que cor teriam as tardes de inverno se não fosse a tua presença?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Palavra do Senhor...




A Palavra deixada pelo Senhor Jesus é a resposta para todas as nossas dúvidas, é o que nos fortalece e nos dá a certeza da vitória. Creia!


"Então tomou Samuel uma pedra, e a pôs entre Mizpá e Sem, e chamou-lhe Ebenézer; e disse: Até aqui nos ajudou o SENHOR."

(I Samuel 7:12;)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O que sou para você?


Era uma tarde bonita, sol, frio, pessoas circulando pela rua, final de julho.



Depois de um dia intenso de muito trabalho, telefones tocando, pessoas com problemas ela saiu sem rumo certo, sem saber exatamente onde iria. Talvez não fosse a lugar nenhum, apenas queria andar , arejar os pensamentos. Não sabia extamente porque havia seguido por aquela rua, simplismente deixava seus passos irem. E de repente se deparou com aquela imagem tão querida na sua frente...


Foi por meo acaso aquele encontro totalmente inesperado, ha muito tempo não se viam nem se falavam. Muitos anos haviam se passado desde o último encontro... Ele a olhou daquele mesmo jeito meio misterioso, meio tímido:
-Oi, Camila Abreu...tudo bem?
Ela se viu novamente espelhada naqueles olhos que ela nunca sabia decifrar ao certo que sentimento escondiam, e respondeu:
-Oi Mário Braga


Não se sabe extamente porque mas eles sempre se chamavam pelo nome e sobrenome, talvez porque aqueles nomes tinham uma força incrível, uma intensidade!Por várias vezes ela chegou a brincar com ele dizendo que se um dia se casassem seu nome ficaria muito forte: Camila Abreu Braga. Que forte, mas que lindo, intenso,! Um nome que lembra escritores, ela gostava de escritores. Planejava um dia ser uma escritora, mas com o passar dos anos este sonho ficou de lado, perdido em meio a tantos outros sonhos não realizados.
Era final de julho, 20 de julho mais precisamente. Dia do amigo!
-FELIZ DIA DO AMIGO - que ironia Camila dizer isso a ele. Logo ele, que ela tanto amou, com quem tantas vezes sonhou, que tantas vezes pensou em abraçá-lo e beijá-lo até lhe sufocar, até tirar todo o ar do seu corpo!



Em outra época chegaram a ser muito amigos, ela sempre o admirou muito, pelo seu trabalho, pelo seu talento, pelo seu caráter, pela sua simplicidade. Em alguma época no passado muito distante chegou a amá-lo. Ela lembrava que ele costumava aparecer em sua vida nos momentos mais dificeis, sempre que ela estava com um problema, com uma tristeza, com uma desilusão ele surgia, tal qual um anjo da guarda. E sua simples presença a aquecia, ele tinha o dom de amenizar seus problemas, de mostrar-lhe o lado bom das coisas. Ele costumava lhe dizer que a felicidade não era algo distante, mas que estava nas pequenas coisas que acontecem no dia-a-dia, até mesmo num beijo de boa-noite. E agora olhando novamente em seus olhos ela lembrava exatamente da noite em que ele lhe disse isso por telefone, laguns segundos antes de dormir... aquela doce voz...

Todo um universo esquecido formado por telefonemas, olhares, musicas, poesias, sonhos.



Agora que tantos anos haviam se passado, ele ainda conservava os cabelos levemente compridos, já um pouco esbranquiçados pelo tempo, mas sem perder o charme... seus olhos ainda tinham aquela mesma expressão misteriosa, oblíquoa. Que sera que havia acontecido com ele? Casou-se? Teve filhos? Ainda mora no mesmo lugar? Agora ela simplismente o olhava e dizia "feliz dia do amigo."
-Obrigado.
O tempo que não perdoa ninguém os havia afastado muito, haviam perdido o contato, nem mais um email, nenhum telefonema, sequer sabiam que rumo a vida do outro havia tomado. A única coisa que ela sabia sobre a vida dele era que ele ainda escrevia uma coluna naquele jornal que ela sempre acompanhava.
-Li na sua coluna algo sobre amigos reais e imaginarios... E eu te pergunto... eu sou real? O que sou para você?
Mário Braga responde, meio surpreso pelo tom da pergunta:
-Eheheh. Na verdade, amigos imaginários eu estava me referindo a coisas de nossa mente... Tipo, quando a gente é criança, inventa amigos imaginários
E Camila diz meio se referindo a ele mesmo:
-Pra mim amigo imaginario é aquele que você ama, que sabe que pode contar, mas que não pode tocá-lo... por isso eu te pergunto: eu sou real?
Mário responde:
-Claro que tu é real.
-Eu acho que eu sou uma coisa da tua mente
-Tenho certeza de que não... A minha mente não me mente
- Mário se eu fosse escritora eu começaria escrever um romance assim: "... e eu te pergunto: eu sou real ou tua mente me inventou?"
- Camila, de repente, nada do que está aí fora é real... Nada do que a gente concebe como sociedade seja real... O casamento é uma ilusão... O amor é uma ilusão... Se a gente for analisar, começa a ver que muita coisa pode não ser real...

Ora em meio a tantas desilusões, tantos problemas, tantos paixões que vão embora se lhe acrescentar nada, tantas madrugadas adormecida apenas ouvindo o som da sua TV pra amenizar a solidão, e só agora ele conclui que "o amor é ilusão". Ela já sabia disso há muito tempo.



-Mário essa coisa de "amor é ilusão eu ja sabia", sempre falo... amor é poeira que basta um ventinho e se esparrama, vira só lembrança do tempo em que existiu, se é que existiu
-Camila porque tu acha que o amor é uma ilusão? Há certas coisas que a gente prefere não questionar, sabe? Os seres humanos tem medo de aceitar ou tentar compreender...Ou descobrir...


Invadida por uma onda de ternura, sem pensar muito ela o abraçou e o beijou e acariciou seus cabelos. Que saudade daqueles cabelos levemente compridos. E ficaram ali por alguns minutos no meio de uma rua qualquer, sentindo o vento forte de final de julho, sem se importar com os olhares curiosos das pessoas que transitavam por ali. Como gostaria que esse momento naõ acabasse jamais, que não se perdessem nunca mais, mas a realidade era tão diferente e era preciso voltar para a realidade.
-Mário, tu sabe que amor é poeira, e eu sei também...
-Sim. É como poeira mesmo;
-O amor é uma mentira que os cantores inventaram pra vender cds
-O amor é uma ilusão, afinal... Mas o prazer dessa ilusão é real
-Na verdade Mario Braga, às vezes eu me apaixono por ti ...mas nesse exato momento, sei lá eu ando tão perdida... eu tava mesmo precisando só da tua amizade... nada mais.


A hora passava depressa e Camila precisava voltar para sua casa, para os seus problemas, para a sua realidade, embora o seu desejo fosse ficar pra sempre assim no parado, congelar o tempo naquele momento. Seguiu em frente lentamente, levando consigo a lembrança daquele momento. Ele também não queria deixá-la partir e antes de vê-la sumir no meio da neblina lhe gritou aquela frase de Caio Fernando Abreu que ambos tanto gostavam, mas ela não o ouviu:


-"Venha quando quiser, ligue, chame, escreva - tem espaço na casa e no coração, só não se perca de mim."


E depois a viu seguir e sumir, sumir, sumir... Ele mais uma vez sem lhe dizer o quanto ela era importante para ele. Ela mais uma vez sem saber o que significava para ele.

DIA DO AMIGO!




Neste dia 20 de julho, DIA DO AMIGO, como não poderia ser diferente vai a minha homenagem o meu carinho para uma pessoa muito especial: AMIGA ANNA PAULA, PAULINHA, PAULITIA, AMIGA DO CORAÇÃO!

Como é bom a gente encontrar na vida uma pessoa tão amada como a Paulinha, às vezes eu penso que a nossa amizade vem de outras vidas porque não é normal uma pessoa que conhece até teus pensamentos, que basta olhar para você e advinha o que você esta sentindo, que te compreende, que ri junto, que chora junto.

Já faz alguns anos que surgiu nossa amizade e até hoje nunca sequer tivemos uma briguinha, sequer um desentendimento, porque uma sabe até o que a outra quer ouvir.Paulinha obrigada por toda a tua dedicação, teu companheirismo, amiga verdadeira de todas as horas. Obrigada por tornar a minha vida mais colorida com as suas músicas, risos, com essa mania de ser fashion, com essa adoração por tirar fotos!


Obrigada por ser minha fiel escudeira!

Conte sempre comigo para te defender, para investigar, para te ouvir, para rir contigo, para comemorar contigo.
Amiga amo você!








sexta-feira, 17 de julho de 2009

Manhã chuvosa



Foi numa manhã de chuva, que eu descobri que te amava. Eu já desconfiava e dizia pra mim mesma que eu estava só confusa que ia passar. Afinal de contas, é tão fácil confundir grande amizade com amor. Afinal de contas, ambos nascem de um mesmo sentimento. A amizade e o amor surgem de um profundo afeto, um carinho, uma admiração, um bem-estar, simples prazer de estar com você... Fácil confundir...
Mas foi naquela manhã de sexta-feira, o céu escurecia e logo a chuva chegando e o mundo podia desabar lá fora que eu só queria ficar aqui na frente do meu computador, falando com você. Eu queria estar cada vez mais ligada a você.
É que quando estou contigo, não sei explicar, mas o mundo se torna uma perfeição incrível. O céu, as estrelas, e até mesmo a chuva, tudo está no seu lugar. Será que é a tua presença do meu lado que deixa o mundo assim?
E quando você não está, as horas se arrastam, a ansiedade me consome. Ás vezes tenho vontade de te chamar, de sair pelas ruas te procurando, de bater na porta da tua casa... mas eu não consigo. Quando você esta aqui as palavras somem, sempre fica algo por dizer, e assim continuamos sendo bons amigos, nada mais. Acho que eu nunca vou ter coragem de te dizer que te amo.
Talvez seja como você mesmo diz “medo de te querer e de te perder”...Eu não tenho você, mas também não posso te perder. As vezes parece complicado essa coisa de se perder o que nem tem. É estranho essa saudade de um beijo que nunca aconteceu é essa necessidade de um abraço que nunca abracei.
Te querer já faz parte da minha vida, porque de manhã quando eu acordo eu penso no som da tua voz e de noite antes de dormir eu lembro do teu rosto vermelho... Tudo que você fala, tudo que você faz, tudo que você pensa, me desperta admiração.
Nunca pensei que um dia iria conhecer alguém como você, alguém que se parece tanto comigo mesma. Nunca pensei que eu ia me encontrar em você.
Mas e agora mesmo, eu pensava em te dizer tudo isso e te mostrar como eu estou perdendo tempo estando longe de você. Queria te mostrar o quanto poderia ser perfeito nós dois juntos, aventura, amor sagitariano, perfeita simetria. Só que ao mesmo tempo em que eu pensava algo me fazia me calar, por isso vou continuar aqui em silêncio.
Sabe aquela voz que sempre surge lá no fundo da consciência e que nos lembra que um grande amor pode ser uma grande dor, que lembra que eu já tenho cicatrizes demais e não da pra mergulhar de cabeça e arriscar de novo. Sabe aquela voz que faz a gente parar antes de dar mais um passo. Acho que o nome dessa voz é prudência, ou medo de amar, ou medo de se machucar...
Mas ta tudo bem.Eu finjo que não sinto e você finge que não vê, e tudo fica no seu devido lugar.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Numa tarde fria qualquer...


Eram aproximadamente três horas da tarde, e de repente você surge na minha frente. Como se nada mais existisse eu abro a porta e saio, te sigo, procuro teus passos, em meio a tantas pessoas, carros, buzinas, cães. E você, simplesmente você me aparece como um raio de sol em meio a um dia nublado. Não se espera, não se define, surge apenas.
Você não existe, faz parte apenas dos meus sonhos, da minha mente, dos meus devaneios. Não é concreto, não é real.
Mas se não existe então porque será que eu sinto essa saudade tão doída, dessas coisas que eu não sei explicar. Essa sensação que vem junto com você, de aconchego, de solidão, de frio, mãos no bolso. Dias de sol, finais de tarde de outono, carinho no rosto.
É essa sensação de que onde você esta as coisas boas te acompanham. É essa vontade de não te deixar mais ir...

terça-feira, 7 de julho de 2009

A Deus eu peço! (Alexandre Pires)




Que a menina dos meus olhos nunca venha a me abandonar, a Deus eu peço

Que encha a minha casa de alegria e muita paz, a Deus eu peço

Que você fique comigo e não me deixe mais minha vida, a Deus eu peço

Que pra dificuldade sempre encontre uma saída, a Deus eu peço

Pelos dias que teremos e as noites de paixão amor, a Deus eu peço

Pelos filhos dos meus filhos e os filhos dos seus filhos, a Deus eu peço

Que a guerra não derrame o sangue dessa gente inocente, a Deus eu peço

Que o mal caia por terra e o bem se faça presente, a Deus eu peço

Um minuto mais de vida pra te dar e de coração inteiro me entregar

Um minuto mais de vida pra te dar e de coração inteiro me entregar

Um minuto mais de vida ohhhhh, a Deus eu peço

E se eu morrer que seja de amor e que o meu amor seja todo seuIluminando a nossa paixão todos os dias, a Deus eu peço

E se eu morrer que seja de amor e que o meu amor seja todo seuIluminando a nossa paixão todos os dias, a Deus eu peçoPelos dias que teremos e a noites de paixão amor, a Deus eu peço

Pelos filhos dos meus filhos e os filhos dos seus filhos, a Deus eu peço

Que a guerra não derrame o sangue dessa gente inocente, a Deus eu peço

Que o mal caia por terra e o bem se faça presente, a Deus eu peço

Um minuto mais de vida pra te dar e de coração inteiro me entregar

Um minuto mais de vida pra te dar e de coração inteiro me entregar

Um minuto a mais vida ohhhh, a Deus eu peço

E se eu morrer que seja de amor e que o meu amor seja todo seuIluminando a nossa paixão todos os dias, a Deus eu peço

E se eu morrer que seja de amor e que o meu amor seja todo seuIluminando a nossa paixão todos os dias, a Deus eu peço...

Terça-feira Chuvosa




Terça feira, tarde chuvosa na cidade

Que a chuva lave toda a mágoa e que quando o sol nascer que traga você pra mim!

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Música!




Só Por Um Momento
Alexandre Pires

Olha aqui

Não fique esperando nada de mim

Às vezes eu sou triste ou feliz

Às vezes nem eu sei quem eu sou

Veja bem, eu já sofri demais por outro amor

Não estou te comparando, por favor

É que eu tenho traumas pra esquecer

Quando penso que me libertei

E que posso me entregar

A desconfiança vem à tona

Insiste em me domar

Você quer fazer com que eu esqueça

E viva um novo amor

Mas preciso de um tempo aqui

Pra esquecer o que passou

Olha nos meus olhos

E me dá um beijo

Mata meu desejo

Só por um momento

Eu faço um pedido

Seja você mesma

Antes que anoiteça

Faz com que eu esqueça

De tudo que sofri

quinta-feira, 2 de julho de 2009

CAIO...


"Tenho tentado aprender a ser humilde. A engolir os nãos que a vida me enfia pela goela a baixo. A lamber o chão dos palácios. A me sentir desprezado-como-um-cão, e tudo bem, acordar, escovar os dentes, tomar um café e continuar."


Caio Fernando Abreu

terça-feira, 30 de junho de 2009




"A presença dela mesmo que fosse por breves instantes enchia a casa (e a vida dele) de luz."


Frase tirada de um conto de um de um escritor que admiro muito por seu talento: Márcio Brasil, Grandes Esperanças.

EU TE AMO

Eu te amo porque nos dias mais tristes
Você aparece e me faz sorrir
Eu te amo porque só você sabe ver
Como eu sou de verdade
E não como eu quero parecer
Eu te amo porque você não sabe o que eu quero
Mas sabe o que eu preciso
Eu te amo porque você me decifra
E embarca nas minhas aventuras
Sempre a voar junto comigo
Eu te amo porque você é meu amigo
E entende minhas paixões
E até minhas frustrações
Eu te amo porque quando estou contigo
O mundo para de girar por alguns instantes.

CARLA ALBUQUERQUE

segunda-feira, 29 de junho de 2009

FLICIDADE...




SEGUNDA-FEIRA!




Mais uma semana começando, muitas expectativas no ar.

Finalmente to livre da prova da OAB, ainda não sei o resultado, mas ao menos posso dar uma pausa nos meus estudos. Vou ter mais um tempo livre para fazer o que eu gosto, ver novela, brincar com o meu filhote, ler poesias e histórias.

E por falar em ler, descobri mais um escritor que eu gosto: Radyr Gonçalves. É um escritor que mora na cidade de Natal/RN. Ele escreve poesias, crônicas, contos, bem naquiele estilo melodramático que eu adoro.

E parece que a chuva está chegando na city!

Boa tarde.

Boa semana a todos!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

NOITES FRIAS




Nestas noites tão frias de inverno só um bom Capuccino me aquece. Solidão? É, um pouco, talvez, mas até gosto dela. Aprendi que ela faz parte da minha vida, há anos vem me rondando e agora eu resolvi assumi-la, afinal é minha mais fiel companheira.

Na cabeceira esses livros com o título "Exame de Ordem". Não suporto mais sequer olhá-los. Só mais alguns dias e estarei livre deles. Se for aprovada muito bem, se não for paciência. A minha vontade é dizer foda-s exame de ordem, mas esses palavrões soam tão mal não é mesmo. Ocorre que no momento não vejo outra palavra que contenha tanta intensidade para expressar o que eu sinto, então: Foda-se Exame de Ordem!

Depois que eu me livrar da tal prova e não tiver mais que estudar pretendo ler alguns livros, vou terminar Ovelhas Negras do Caio Fernando Abreu que há alguns dias comecei e ainda não pude terminar. Tem um outro lá que se chama "A força da atração" que eu ganhei de um amigo e ainda nem comecei ler. To querendo também adquirir aquele sobre a vida do Cazuza. Adoro o Cazuza, adoro essas figuras polêmicas. No fundo acho que me identifico com esses caras. Na verdade eu gostaria de ser também uma figura polêmica, queria causar impacto/espanto. Mas ainda me falta um pouco mais de audácia. Por enquanto só admiro quem tem a cara e a coragem.

CAXINHA DE GUARDADOS



Guarde numa caixinha cada beijo que eu te der
Guarde bem guardadinho onde ninguém possa encontrar
Guarde meu perfume, meu lenço, meu silencio, meu cantar...
Guarde o sol de mim, a lua de nós, guarde o céu nosso de cada dia...
Guarde meu deserto, meu ar seco, meu mormaço...
Guarde minha paz, minha guerra, meu cansaço...
Guarde meu ser intimo, meu toque suave, meu vinho...
Guarde minha lembrança, minhas fotografias, meus rascunhos de poesia...
Guarde o rei que a em mim (...)
Guarde o pedinte, o suplicante, o implicante, guarde meu terno de vidro, guarde esse instante...
Guarde meu fruto no teu ventre, guarde o resto de mim.
Guarde o desejo das noites, guarde aquela noite em especial...
Guarde o segredo da nossa história, guarde o retrato das quatro estações, a minha música preferida, guarde meu lema, meu tema, guarde minha voz em pedra.
Guarde minhas coleções de absurdos, meus erros, meu único acerto... guarde minhas senhas, minhas senhas são todas uma só, seu nome.
Guarde meu fogo, meu gelo, minhas brigas, meu leite, meus trejeitos, meu jeito, meu carinho de algodão.
Guarde meu diário, minha agenda, meus números, as cartas que me enviaste, guarde meu sal, meu doce, meu sabor...
Guarde meus gostos, meus discos antigos, meus antigos mimos, meus mimos novos, meus mimos mais secretos...
Guarde tudo na mesma caixinha onde você guardará meus beijos...
Cabe tudo lá, tenho certeza.
Um poema de Radyr Gonçalves
Escrito em maio de 2008

PARA COMEÇAR O DIA: MÚSICA

Vieste


Lenine


Composição: Ivan Lins e Vitor Martins


Vieste

Na hora exata, com ares de festa

E luas de prata

ViesteCom encantos, vieste, com beijos silvestres

Colhidos pra mim

Vieste Com a Natureza, com as mãos camponesas

Plantadas em mim

ViesteCom a cara e a coragem, com malas, viagens

Pra dentro de mim, meu amor

ViesteÀ hora e a tempo, soltando meus barcos

E velas ao vento

Vieste Me dando alento, me olhando por dentro

Velando por mim

ViesteDe olhos fechados, num dia marcado

Sagrado pra mim

Vieste Com a cara e a coragem, com malas, viagens

Pra dentro de mim, meu amor.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Um dos meus amores: Caio Fernando Abreu

ANOTAÇÕES SOBRE UM ROMANCE URBANO

"Desculpa, digo, mas se eu não tocar você agora vou perder toda a naturalidade, não conseguirei dizer mais nada, não tenho culpa, estou apenas sentindo sem controle, não me entenda mal, não me entenda bem, é só essa vontade quase simples de estender o braço pra tocar você, faz tempo demais que estamos aqui parados conversando nessa janela, já dissemos tudo o que pode ser dito entre duas pessoas que estão tentando se conhecer, tenho a sensação, impressão, ilusão de que nos compreendemos, agora só preciso estender o braço e com a ponta dos meus dedos tocar você, natural que seja assim: O toque, depois da compreensão que conseguimos, e agora.
Não diz nada, você não diz nada. Apenas olha pra mim, sorri. Quanto tempo dura? Faz pouco despencou uma estrela e fizemos, ao mesmo tempo e em silêncio, um pedido, dois pedidos. Pedi pra saber tocá-lo. Você não me conta seus desejos. Sorri com os olhos, com a mesma boca que mais tarde, um dia, depois daqui, poderá dizer: Não. Há uma espécie de heroísmo então quando estendo o braço, alongo as mãos, abro os dedos e brota. Toco. Perto da minha boca se entreabre lenta, úmida, cigarro, chiclete, conhaque, vermelho, os dentes se chocam, leve ruído, as línguas se misturam. Naufrago em tua boca, esqueço, mastigo tua saliva, afundo. Escuridão e umidade, calor rijo do teu corpo contra a minha coxa, calor rijo do meu corpo contra a tua coxa. Amanhã não sei, não sabemos.
Pensei em você. Eram exatamente três da tarde quando pensei em você. Sei porque perdi a cabeça como se você fosse uma tontura dentro dela e olhei o digital no meio da avenida.
Corre, corre. O número do telefone dissolvendo-se em tinta na palma da mão suada. Ah, no fim destes dias crispados de início de primavera, entre os engarrafamentos de trânsito, as pessoa enlouquecidas e a paranóia à solta pela cidade, no fim desses dias encontrar você que me sorri, que me abre os braços, que me abençoa, e passa a mão na minha cara marcada, no que resta de cabelos na minha cabeça confusa, que me olha no olho e me permite mergulhar no fundo quente da curva do teu olho. Mergulho no cheiro que não defino, você me embala dentro dos seus braços, você cobre com a boca meus ouvidos entupidos de buzinas, versos interrompidos, escapamentos abertos, tilintar de telefones, máquinas de escrever, ruídos eletrônicos, britadeiras de concreto, e você me beija e você me aperta, e você me leva para Creta Mikonos, Rodes, Patmos, Delos, e você me aquieta repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem. O telefone toca três vezes. Isto é uma gravação deixe seu nome e telefone depois do bip que eu ligo assim que puder, ok?
O cheiro do teu corpo persiste no meu durante dias. Não tomo banho. Guardo, preservo, cheiro o cheiro do teu cheiro grudado no meu. E basta fechar os olhos pra naufragar outra vez e cada vez mais fundo na tua boca. Abismos marinhos, sargaços. Minhas mãos escorrem pelo teu peito, gramados batidos de Sol, poços claros. Alguma coisa então pára, as coisas param. Os automóveis nas ruas, os relógios nas paredes, as pessoas nas casas, as estrelas que não conseguimos ver aqui no fundo da cidade escura. Olho no poço do teu olho escuro, meia noite em ponto. Quero fazer um feitiço pra que nada mais volte a andar. Quero ficar assim, no parado. Sei com medo que o que trouxe você aqui foi esse me jeito de ir vivendo como quem pula poças de lama, sem cair nelas, mas sei que agora esse jeito se despedaça. Torre fulminada, o inabalável vacila quando começa a brotar de mim isso que não esta completo sem o outro. Você assopra na minha testa. Sou só poeira, me espalho em grãs invisíveis pelos quatro cantos do quarto.
(...) Fico tosco e você se assusta com minha boca faminta voraz desdentada de moleque mendigo pedindo esmola neste cruzamento aonde viemos dar.
A cidade está louca, você sabe. A cidade está doente, você sabe. A cidade está podre, você sabe. Como gostar limpo de você no meio desse doente podre louco? Urbanóides cortam sempre meu caminho à procura de cigarros, fósforos, sexo, dinheiro, palavras e necessidades obscuras, que não chego a decifrar em seus olhos semafóricos. Tenho pressa, não podemos perder tempo. Como chamar agora a essa meia dúzia de toques aterrorizados pela possibilidade da peste? (Amor, amor certamente não). Como evitaremos que nosso encontro se decomponha, corrompa e apodreça junto com o louco, o doente, o podre? Não evitaremos. Pois a cidade está podre, você sabe. Mas a cidade esta louca, você sabe. Sim a cidade está doente, você sabe. E o vírus caminha em nossas, companheiro.
Fala, fala, fala. Estou muito cansado. Já não identifico nenhuma palavra no que diz. Apenas me deixo embalar pelo ritmo de sua voz, dentro dessa melodia monótona angustiada perplexa repetitiva. Quase três da manhã. Não temos onde ir, nunca tivemos aonde ir. Um nojo, vez em quando me dá asco - nojo é culpa, nojo é moral - você se sente sórdido, baby? - eu tenho medo, eu não quero correr risco - não é mais possível - vamos parar por aqui - quero acordar cedo, fazer cooper no parque, parar de beber, parar de fumar, parar de sentir - estou muito cansado - não faz assim, não diz assim - é muito pouco - não vai dar certo - anormal, eu tenho medo - medo é culpa, medo é moral - não vê que é isso que eles querem que você sinta? Medo, culpa, vergonha - eu aceito, eu me contento com pouco - eu não aceito nada nem me contento com pouco - eu quero muito, eu quero mais, eu quero tudo!
Eu quero risco, não digo. Nem que seja a morte.
Cachorro sem dono, contaminação. Sagüi no ombro, sarna. Até quando esses remendos inventados resistirão à peste que se infiltra pelos rombos do nosso encontro? Como se lutássemos - só nós dois, sós os dois, sóis os dois - contra dois mil anos amontoados de mentiras e misérias, assassinatos e proibições. Dois mil anos de lama, meu amigo. Tantos lixos atapetando as ruas que suportam nossos passos que nunca tiveram aonde ir.
Chega em mim sem medo, toca meu ombro, olha nos meus olhos, como nas canções do rádio. Depois me diz: "-Vamos embora para um lugar limpo. Deixe tudo como esta. Feche as portas, não pague as contas e nem conte a ninguém. Nada mais importa. Agora você me tem, agora eu tenho você. Nada mais importa. O resto? Ah, os restos são restos. E não importam. Mas seus livros, seus discos, quero perguntar, seus versos de rima rica? Mas meus livros, meus discos, meus versos de rima pobre? Não importa, não importa. Largo tudo. Venha comigo pra qualquer outro lugar. Triunfo, Tenerife, Paramaribo, Yokohama. Agora já. Peço e peço e não digo nada, mas peço peço diga, diga já, diga agora, diga assim. Você planeja partir para um país distante, sem mim, de onde muitos anos depois receberei a carta de um desconhecido com nome impronunciável anunciando a sua morte. Foi em Abril, dirá abril e maio. Ou Setembro, Outubro. Os mais cruéis dos meses. Tanto faz, já não importará depois de tanto tempo, numa cidade remota.
Pelas escadarias da avenida deserta, lata de coca-cola largada na porta da igreja, aqui parece que o tempo não passou, quero te mostrar um vitral, esta sacada, aquele balcão como os de Lorca, entremeado de rosas, quero dividir meu olhar, desaprendi de ver sozinho e agora que tudo perdeu a magia, se magia houve, e havia, e não consigo mais ver nenhum anjo em você, pastor, mago, cigano, herói intergaláctico, argonauta, repercante, e agora que vejo apenas um rapaz dentro do qual a morte caminha inexorável, só não sabemos quando o golpe final, mas virá, cabelos tão negros, rosto quase quadrado, quase largo, quase pálido onde já começou a devastação, olhos perdidos, boca de naufrágio vermelho pesado sobre o escuro da barba malfeita, olho tudo isso que vejo e não tem outra magia além dessa, a de ser real, e vou dizendo lento, como quem tem medo de quebrar a rija perfeição das coisas, e vou dizendo leve, então, no teu ouvido duro, na tua alma fria, e vou dizendo leve, e vou dizendo longo sem pausa - gosto muito de você de você muito de você.
Tantas mortes, não existem mais dedos nas mãos e nos pés pra contar os que se foram. Viver agora, tarefa dura. De cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã. Mas o poço não tem fundo, persiste sempre por trás, as cobras no fundo enleadas na lança. Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim, há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consome cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe, mas foi só mais um engano? E quantos mais ainda restam na palma da minha mão?
Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com esta fome na boca, beber um copo de leite, molhar plantas, jogar fora jornais, tirar o pó de livros, arrumar discos, olhar paredes, ligar desligar a TV, ouvir Mozart para não gritar e procurar teu cheiro outra vez no mais escondido do meu corpo, acender velas, saliva tua de ontem guardada na minha boca, trocar lençóis, fazer a cama, procurar a mancha de esperma nos lençóis usados, agora está feito e foda-se, nada vale a pena, puxar cobertas, cobrir a cabeça, tudo vale a pena se a alma, você sabe, mas a alma existe mesmo? E quem garante? E quem se importa? Apagar a luz e mergulhar de olhos fechados no quente fundo da curva do teu ombro, tanto frio, naufragar outra vez em tua boca, reinventar no escuro do teu corpo de moço homem apertado contra meu corpo de moço homem também, apalpar as virilhas, o pescoço, sem entender, sem conseguir chorar, abandonado, apavorado, mastigando maldições, dúbios indícios, sinistros augúrios, e amanhã não desisto. Te procuro em outro corpo, juro que um dia te encontro
Não temos culpa. Tentei. Tentamos."