quinta-feira, 25 de junho de 2009

CAXINHA DE GUARDADOS



Guarde numa caixinha cada beijo que eu te der
Guarde bem guardadinho onde ninguém possa encontrar
Guarde meu perfume, meu lenço, meu silencio, meu cantar...
Guarde o sol de mim, a lua de nós, guarde o céu nosso de cada dia...
Guarde meu deserto, meu ar seco, meu mormaço...
Guarde minha paz, minha guerra, meu cansaço...
Guarde meu ser intimo, meu toque suave, meu vinho...
Guarde minha lembrança, minhas fotografias, meus rascunhos de poesia...
Guarde o rei que a em mim (...)
Guarde o pedinte, o suplicante, o implicante, guarde meu terno de vidro, guarde esse instante...
Guarde meu fruto no teu ventre, guarde o resto de mim.
Guarde o desejo das noites, guarde aquela noite em especial...
Guarde o segredo da nossa história, guarde o retrato das quatro estações, a minha música preferida, guarde meu lema, meu tema, guarde minha voz em pedra.
Guarde minhas coleções de absurdos, meus erros, meu único acerto... guarde minhas senhas, minhas senhas são todas uma só, seu nome.
Guarde meu fogo, meu gelo, minhas brigas, meu leite, meus trejeitos, meu jeito, meu carinho de algodão.
Guarde meu diário, minha agenda, meus números, as cartas que me enviaste, guarde meu sal, meu doce, meu sabor...
Guarde meus gostos, meus discos antigos, meus antigos mimos, meus mimos novos, meus mimos mais secretos...
Guarde tudo na mesma caixinha onde você guardará meus beijos...
Cabe tudo lá, tenho certeza.
Um poema de Radyr Gonçalves
Escrito em maio de 2008

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